quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Arquétipos do Surf

Gravura de Katsushika Hokusai , 1831. Arquétipos do mar.


Já perguntou para uma pessoa porque ela gosta de surfe? A sensação de descer uma onda, o oceano, a adrenalina, o estilo de vida, a identidade visual, a resposta será um misto de tudo isto. E já perguntou por que alguém prefere beber coca cola ou tubaína? 



Muito do que a gente faz tem significados escondidos, imagens e ideias que não temos consciência. Mas o surfe é diferente do refrigerante, que você aprendeu a gostar por uma experiência do passado ou por causa de propagandas muito bem elaboradas. O surf tem arquétipos do mar próprios dos povos polinésios. Isto é, idéias muitíssimo introjetadas na mente humana, como o enfrentamento da natureza e a busca pelo paraíso intocado.


Arquétipos do mar são muito mais antigos, mas o surfe começou provavelmente a varias centenas de anos, quando o povo polinésio começou a ocupar uma constelação de ilhas soltas em uma área imensa do Oceano Pacífico. Mestres na arte de navegar longas distâncias em simples canoas, geração a geração, buscavam novos lugares para viver quando começava a ficar muito cheio, faltando comida ou espaço. Partiam para o desconhecido, confiantes nos conhecimentos da natureza e de navegação. 

Uma destas linhagens de navegantes polinésios desembarcada nas ilhas havaianas, vivendo o verdadeiro estereótipo de paraíso que temos em mente, brincavam de pegar carona nas ondas perfeitas ao longo da costa. Mais do que divertido, o surfe significava ao mesmo tempo o respeito pelo oceano e a coragem de doma-lo. O sacrifício de enfrentar o mar bravo no peito aberto e o prazer de deslizar na onda, o surfe representa a saga daqueles povos, uma síntese de uma vida ancestral, a busca incessante do Edem. 


E quem diria, um esporte tão sofisticado é representação algo tão antigo do ser humano. 

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