quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Quiver de parede: quadros de prancha de surf clássicas

Seja a paixão pelo mar, fissura por surf ou esportes com prancha, muitos são os motivos e que levam o verdadeiro surfista a sonhar com uma coleção de pranchas de todo tipo; o quiver dos sonhos.

E não é consumismo, para cada tábua existe uma função, um design certo para cada tipo de onda, além da beleza que vai do simples ao sofisticado. O desenho evoluiu junto com os materiais e o surf se transformou. Hoje, Netuno não consegue mais sossego com tanto aéreo que a molecada anda dando.

 Madeira & Água meteu a mão na massa e fez uma coleção de quadros com um quiver de pranchas históricas. Para cada shape muita história.

Quadro de Guilherme Pallerosi:  Ancient Boards. Venda sob encomenda
Foto: Nelson Mello.
Estas pranchas merecem todas as reverencias, são as ancient boards, ou as pranchas dos antigos; são madeiras talhadas que desciam ondas. O paipo polinésio e a alaia havaiana foram as pioneiras do esporte. 

A alaia evoluiu quando norte americanos passaram a construí-las com madeira balsa e vermelha, dando maior flutuação e beleza ao conjunto. 

As hollow boards, ou pranchas ocas de madeira eram consideradas a tecnologia de ponta das pranchas após meados da década de 30, a rabeta bem fina fazia as vezes da quilha. 
Quadros de Guilherme Pallerosi:  Classic Alaia Ancient. Venda sob encomenda.
Foto: Nelson Mello.

As alaias não tinham quilhas e chegavam a pesar mais de 100 quilos. As pranchas de surf havaianas (papa heʻenalu), assim como as canoas ancestrais (waʻa), eram normalmente construídas com a madeira da arvore Koa (acácia koa). O nome koa significa coragem, e é bastante apropriado para suas funções náuticas. 

Quadros de Guilherme Pallerosi: Classic Alaia 1930. Venda sob encomenda.
Foto: Nelson Mello.

A década de 1930 foi um período muito frutífero para o surf e o design de pranchas. Diferente de hoje, muitas vezes o surfista tinha que construir sua própria prancha, e por isso cada um experimentava uma técnica nova.

Quadros de Guilherme Pallerosi: Classic Gun. Venda sob encomenda.
Foto: Nelson Mello.
Desde a década de 1970 até hoje, as pranchas mais respeitáveis e provavelmente as mais bonitas são as guns. Com o formato de um míssil é a prancha das ondas grandes, rápida como um foguete, ou como aqueles peixes predadores.


Quadro de Guilherme Pallerosi:  Longboard 1950. Venda sob encomenda.
Foto: Nelson Mello.
Na década de 1950, munidos de grandes quilhas e feitos com madeira balsa ou com os primeiros blocos de poliuretano, surgiam os longboards. Os pranchões inauguram uma nova era em que se passou a explorar novas ondas e manobras em que os surfistas caminhavam com muito estilo nas pranchas.
Quadro de Guilherme Pallerosi:  Longboard 1990. Venda sob encomenda.
Foto: Nelson Mello.
Durante os anos 80, enquanto as pranchinhas com três quilhas se tornavam unanimidade nas ondas, alguns surfistas voltaram a construir longboards, no entanto mais modernos e com melhor performance. Ficaram conhecidos como as pranchas dos locais e veteranos, pois conseguiam pegar a onda antes e com menos esforço, por sua remada forte e maior flutuação.
Quadro de Guilherme Pallerosi:  Thruster. Venda sob encomenda.
Foto: Nelson Mello.
Thruster foi o nome dado para a primeira pranchinha com tres quilhas no início da década de 80. A terceira quilha e o desenho lapidado durante a década de 70 é o modelo de prancha mais famoso entre surfiscas desde a década de 80 até hoje, preferidas dos profissionais e amadores.

Caso tenha interesse em adquiri um quiver de pranchas para sua parede entre em contato em madeira.e.agua@gmail.com e se informe dos preços, modelos e prazos de entrega. 

sábado, 3 de novembro de 2012

Surf e novos paradigmas



Algo diferente vem acontecendo no mundo do surf, visível nas praias, dentro do mar e até descendo as ondas. Este mercado vem se profissionalizando desde a década de 1970, tornando-se um dos estilos mais populares na industria da moda, o surfwear. Junto disto vieram revistas de surf, campeonatos disputados entre atletas e marcas, além de uma significativa industria de turismo espalhada pelo mundo. Outro subproduto do esporte (talvez o mais rentável) é a imagem do surfista, que passou de rebelde e alienado, para para saudável e descontraído. Nos últimos 20 anos vimos acontecer a massificação do surf e pasteurização da sua imagem.

Por bastante tempo, surfista tinha só um estilo de se vestir, assim como as pranchas de surf eram de modelos limitados, longboard era coisa de velho e meninas no mar, só se fosse de body board. Bem, isto continua sendo o pensamento de boa parte das pessoas do meio, mas algumas coisas vêm indicando mudanças de tendências, ou uma maior flexibilidade no "mercadão" do surf. Vemos hoje todo tipo de prancha na água, mono quilha, biquilhas, as quadfins, mini simmons, alaias e por aí vai. Um dos precursores desse movimento foi o shaper australiano Tom Vegener.

Tom Vegener e a redescoberta do surf ancestral

Este é o nome do responsável por trazer de volta as tradicionais pranchas de surf alaia, feitas de madeira maciça, em um tempo em que todo surfista surfava com pranchas leves como espuma e com três quilhas.  Tom redesenhou as pranchas milenares e descobriu um novo surf, voltado essência do esporte. A ideia conquistou uma série de surfistas que passaram a produzir suas tábuas de surf, assim como faziam os antigos havaianos. O próprio Tom Vegener vende pranchas de madeira shapeadas ou apenas a tábua de madeira paulownia para o surfista shapear no seu estilo.



Shapers de alaia, Tiago Matulja, Kiko Horácio, Bernardo Sodré, Rodrigo Matsuda, 
Gregório Mattos entre os pioneiros do Brasil.

Todo o trabalho deste pioneiro está documentado no youtube em uma palestra chamada "Wood is good", em que ele conta as motivações, o processo  de resgatar estas pranchas ancestrais, encontrar a madeira ideal e transforá-las em modelos novos, com designs funcionais.  








No Brasil já existem shapers-marceneiros especializados em alaias que, muito além da construção e reprodução de pranchas, possuem designs e estéticas muito bem trabalhados. O interessante é observar nesta nova corrente uma sofisticação muito essencial, diferente do estilo que vemos nas grandes marcas (é possível dizer que algo é ao mesmo tempo sofisticado e simples?). Assim como a busca por outros tipos de prancha de surf e experiências, percebemos uma vontade de se reinventar no movimento das alaias.
  
Para conhecer algum destes trabalhos, tendências e talentos nacionais veja a  Lasca SurfboardsUmbe  Aerofish e a Flora Ecoboard

Primeiríssima qualidade...