Uma prancha grande (de 9 a 10 pés), com muita flutuação e uma quilha grande e larga. O pranchão da década de 1950 era quase uma embarcação para os padrões das pranchinhas de alta performance de hoje, mas conseguia encarar ondas pequenas ou muito maior que 2 metros. Os primeiros pranchões eram de madeira balsa e resina epóxi: um verdadeiro jipe do mar! Logo surgem materiais mais leves e de fácil manuseio, como o poliuretano e a resina de poliéster.
Photograph by © LeRoy Grannis. |
A quilha central foi um artifício estratégico. Com bastante área de contato com a água, impõe velocidade e uma estabilidade incrível. Os pranchões possibilitaram caminhar até o bico da prancha e voltar, ou mesmo pegar uma onda de carona com alguém. Outras vantagens se somam como a remada mais eficiente e o fato de não precisar ser um grande atleta ou esperar por grandes ondas para tirar um lazer. Mas o principal, o surf no pranchão conta a curtição, o estilo e a beleza, muito mais do que as manobras que aproveitem toda a extensão da onda.
Uma boa amostra do estilo old school esta no filme de David Achaap, do campeonato anual de entusiastas do pranchão clássico, promovido pelo pessoal do Deus ex Machina.
Mesmo assim, nos anos 70, a enorme maioria dos surfistas
eram adeptos das pranchinhas, tentando fazer manobras alucinadas, pegar ondas
maiores e em condições perfeitas. Mas muitos surfistas iniciados nos velhos
tempos, e outros amantes do esporte dos ancestrais polinésios, não se adaptaram
aos novos shapes e ao estilo frenético do surf moderno.
Nos anos 80, surfistas e shapers
da old school, como Bob McTravish,
Nat Young, entre outras figuras dos anos 60 voltaram surfando longboards e
promovendo campeonatos e muita diversão.
O movimento começou a ter mais e mais adeptos, shapers
especializados e circuitos profissionais. Os pranchões passaram a se dividir
entre clássicos e os novos longboards progressivos, com desenhos arrojados e muitas
influências das pranchinhas de alto desempenho. Os novos “longs” são menores (9’0), com
espessura mínima, levando 3 ou 4 quilhas iguais, ou uma central e duas
estabilizadoras laterais, buscando o máximo de leveza e liberdade para
manobras.
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Pranchões, longboards e fanboards; a releitura dos clássicos
devolveu a democracia ao surfe, como alternativa para outros estilos e públicos
apaixonados por surfe. Salve a diversidade!
Modelos de longboards do site Global Surf Industries |