terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Moby Dick e o insondável fantasma da vida...


Trechos do livro Moby Dick que falam da atração pelo mar. Sem mais palavras...



(...) Sem saber, quase todos os homens nutrem, cada um a seu modo, uma vez ou outra, praticamente o mesmo sentimento que tenho pelo oceano (...) Perambule pela cidade numa tarde eterea de sabado. O que vê? Plantados como sentinelas silenciosas por toda a cidade, milhares e milhares de pobres mortais perdido em fantasias oceânicas. 

(...) Alguns encostados em pilares; outros sentados do lado do cais; ou olhando sobre a amurada de navios chineses; ou, ainda mais elevados, no cordame, como que tentados conseguir dar uma olhada melhor no mar. Mas estes são homens de terra; que nos dias da semana estão enclausurados em ripas e estuques - cravados em balcões, pregados em assentos, fincados em escrivaninhas. O que é isso então? O que fazem ali?

(...) Digamos, você está no campo, numa região montanhosa de lagos. Praticamente qualquer trilha que você escolha, nove em cada dez o levarão a um vale, perto do poço de um rio. Existe uma mágica nisso. Se o mais distraído dos homens estiver mergulhado em sonhos mais profundos - coloque esse homem de pé, ponha-o para andar, e não tenha dúvida de que ele o levaraá até a água, se houver água em toda a região (...) Pois, como todos sabem, a meditação e a água estão casados para todo o sempre... 

(...) Tudo isso certamente tem um significado. E ainda mais profundo é o significado da história de Narciso, que, por não conseguir chegar à imagem provocativa e difusa que viu na fonte, nela mergulhou e se afogou. Mas nós vemos essa mesma imagem em todos os rios e oceanos do mundo. 

É a imagem do insondável fantasma da vida; e esta é a chave de tudo.
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