Foto da expedição Kon Tiki |
Trata-se de uma história real ocorrida em 1947, quando o norueguês Thor Heyerdahl e uma seleta tripulação atravessaram o Oceano Pacífico em uma balsa precária, igual à dos povos pré-colombianos que viveram nas imediações do Peru há 1500 anos.
Costumava ser um livro difícil de encontrar, normalmente disponível apenas nos melhores cebos. Em 2012 foi lançado uma versão do livro para o cinema que concorreu ao Globo de Ouro, devendo voltar às prateleiras das livrarias.
Thor Heyerdahl nasceu na Noruega em 1914, estudou biologia e geografia na Universidade de Oslo e durante a I Guerra Mundial viajou para algumas ilhas do pacífico, chegando a ficar noivo da filha de um chefe Polinésio por um curto período. Anos depois, trabalhando como pesquisador, voltou a morar em uma ilha do pacífico onde encontrou ruínas e indícios de uma civilização com traços muito semelhantes as da América Central e do Sul. As evidências encontradas levaram-no a escrever uma teoria de que os povos do pacífico teriam uma cultura influenciada pelos antigos americanos.
Quatro dos cinco tripulantes durante a viajem de 101 dias |
A teoria foi rapidamente rejeitada, uma vez que a distancia geográfica era enorme, separados por um vasto oceano, impossível de ser navegado pelas embarcações primitivas. Pois é aí que se inicia a aventura Kon Tiki, nome do Deus Sol Inca, comum aos dois povos.
Pescarias do Pacífico: tubarão para o jantar. |
O livro conta a história deste norueguês tentando provar sua teoria: de que povos que habitavam a região onde hoje é o Peru, se integraram à cultura polinésia. É a narrativa de uma aventura; desde a decisão por fazer a viajem; a procura por uma tripulação; a difícil construção do barco (uma balsa que seguia rigorosamente o projeto dos povos antigos); e finalmente, a travessia de 101 dias e aproximadamente oito mil quilômetros.
Ainda hoje, alguns antropólogos afirmam que a cultura dos povos do pacífico não sofreu influência da antiga civilização americana, mas a expedição provou ser totalmente possível. Nas palavras de Thor: “o oceano não foi uma barreira para àqueles povos antigos, mas uma estrada para lugares desconhecidos”.
A expedição Kon Tiki faz uma ponte entre duas civilizações antigas, separadas por um enorme oceano: os povos que habitavam a região da América do Sul e os polinésios, espalhados por milhares de ilhas no Pacífico. Detalhe é que, além das muitas semelhanças encontradas pelo etnógrafo Thor, ambos são povos que reivindicam a origem do surfe moderno. O livro não trata em nada deste assunto, mas não deixa de ser curioso, uma possível ligação entre os antigos peruanos que pegavam carona nas ondas com suas canoas de junco e os inventores do surf.
Kon tiki é um livro emocionante e inspirador. Mesmo não comprovando se ambas culturas antigas praticantes do surf, tiveram contato em um passado remoto, nos traz ainda mais respeito àqueles nativos.