Inovações da década de 1930: talento nas ondas e na bancada de marcenaria. |
A década de 1930 foi um período muito frutífero para o surf e o design de pranchas. Diferente de hoje, muitas vezes o surfista tinha que construir sua própria prancha, e por isso cada um experimentava uma técnica nova. Nesta época dois tipos de pranchas dominavam as praias do Havaí, California e Austrália: as pranchas de madeira ocas, tipo hollow e as Alaias, de madeira maciça. Estas ultimas tiveram uma contribuição da tecnologia da época.
As colas de madeira e vernizes resistentes a água possibilitaram a construção de pranchas do tipo Alaia muito melhores. Com estes componentes foi possível misturar madeiras e construir pranchas mais sofisticadas e funcionais. A madeira vermelha já era usada para construção de pranchas por ter boa flutuação e resistência, porém, a balsa sempre foi conhecida por ser a madeira mais leve e com maior flutuação disponível. A junção de propriedades de diferentes tipos de madeira trouxe novas possibilidades ao surf.
Medidas e técnicas para construção de uma prancha Alaia sofisticada |
O interessante é ver como a prancha era montada a base de cavilhas (pinos de madeira), alternando tabuas de balsa e longarinas de madeira vermelha. O bico, a rabeta e as bordas eram unidos por encaixes muito precisos, complementando a junção feita com cola, e vernizes náuticos evitavam que a madeira encharcasse, ganhando peso e dilatando. O design também mudou, com formas mais arredondadas, facilitando a entrada da prancha nas ondas. O fundo arredondado seguia o conceito do casco de barcos e canoas, contribuindo para a aerodinâmica e para remada, porém, devia desgarrar em ondas rápidas, ainda mais sem quilha para segurar.
Estas prancha foram muito utilizadas até a década de 1940 e 1950, quando outras inovações trouxeram melhorias, transformando a maneira de surfar.